3/15/11

Retomando minhas estórias

Tem muito mais de um ano desde minha última estória. Neste período aconteceram muitas coisas na minha vida, na verdade, posso dizer que ela virou de cabeça para baixo. Mas não pretendo escrever sobre isso aqui. Este assunto eu deixo para minha terapia, já que pago bem caro por ela.

Na verdade, pretendo retomar meu blog para compartilhar com meus amigos, eventuais leitores e principalmente comigo mesma, tudo aquilo que venho descobrindo nesta "interessante" viagem que é o processo de auto-conhecimento.

Hoje saí para jantar com uma amiga e um amigo gringo dela. Ao nosso lado estava uma moça na faixa dos 40 e muitos, talvez, jantando sozinha. Estávamos em uma pizzaria descolada da Barra da Tijuca em que realmente não combina alguém ir jantar sozinho.

Mas, peraí! Não combina com quem e por que não combina? São tantas as convenções às quais TEMOS que corresponder que muitas vezes nos esquecemos que o precisamos atender são simplesmente às nossas necessidades e vontades. Seria a moça uma executiva de fora do Rio, que passa suas semanas em um hotel e não agüenta mais pedir suas pizzas no quarto? Ou seria ela uma jovem senhora redescobrindo o prazer que é sair de casa para ver gente, comer uma boa pizza ou conhecer um novo restaurante que lhe foi recomendado?

Nessa minha nova fase de vida já me vi por diversas vezes "obrigada" a jantar sozinha, ir ao cinema sozinha, almoçar sozinha, e confesso que no início é muito difícil se acostumar com essa realidade depois de tanto tempo fazendo tudo na companhia de outra pessoa. Mas ao mesmo tempo é um excelente exercício de auto-motivação, de aceitação e de auto-conhecimento.

O que EU gosto de fazer? Onde EU gosto de ir? Nunca parei para pensar que as respostas a estas perguntas fossem tão difíceis. Mas cheguei a conclusão de que em determinado momento eu não as sabia responder. Estou no processo de descobrir. E saber curtir um filme sozinha, um comidinha gostosa sozinha, significa hoje pra mim, entender que posso conseguir encontrar felicidade em alguns momentos sem depender de ninguém, e isso me anima.

Não pretendo fazer uma apologia a "não preciso de ninguém", pelo contrário. Quero sim voltar a sentir aquela coisa boa que é estar ao lado de alguém que me faz bem, que faz eu me sentir viva, que faz o meu coração bater mais forte. Mas pra mim, por ora, é uma surpresa e tanto saber que posso estar só comigo mesma, uma taça de vinho e me sentir feliz.

4 comments:

Maria Fabriani said...

Querida, que legal ler seu texto. É isso aí! É uma descoberta essa coisa de ser você mesma. E é uma descoberta na maioria das vezes maravilhosa, apesar de penosa no início. Que legal saber que você está tão bem, com energia, repensando muitas coisas. Você é minha ídola!

Um beijo com muitas saudades!
Maria

Renata Torres said...

Que bom!! Estava ansiosa esperando pelo seu comentário, rsrsrsr!
Você sabe que nos idolatramos reciprocamente né, amiga?
Beijos

Mic said...

Rê, sejam quais forem os motivos, é sempre bom quando acordamos para nós mesmas. Percebemos que a vida é como a GENTE quer que ela seja, e não o contrário. Esse papo de deixar a vida nos levar é história pra boi dormir. Quem tem que levá-la é a gente!

E, mesmo que tomar um vinhozinho sozinha vez ou outra seja legal, o casal Aisenberg vai adorar um convite pra se juntar a você de vez em quando, tá?

bjs

Maria Fabriani said...

Querida, somos mulheres fortes e estamos aí pro que der e vier. Você já passou por coisas inimagináveis e continua sendo uma amiga maravilhosa. Não preciso de prova alguma quando digo que você é uma heroína. Um beijo grande. Conto os dias pra viagem porque aí poderemos nos ver de novo. :)